26 de out. de 2008

Mise en scéne

À renúncia aos amores
retribuo-te com algo que ainda não tenho.
O ato de silenciar em mim é instintivo,
um sentir quase palpável, diluído, liqüefeito.
É preciso saber colocar a topografia dos teus recantos,
enterrar e esconder o sentimento embolorado, fora do eixo.
Te condenso em letras e imagens.
Reconstruo-te das frestas:
a necessidade da completude de alento não serve.
Diáfana, toda a minha pele vibra em tremores de reminiscência.
A boca em meio ao tempo escuta um surrealismo do acaso,
traçado de maneira tão concisa quanto possível.
A concepção primordial encerrada num labirinto
se dissolve numa torrente de lágrimas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá, poeta intensa!
Teus versos são imensos na dimensão das palavras! Adoro tua sutileza e liberdade no versejar! Como sempre, belo!

Lauana Buana Fidêncio disse...

Olá, valeu pela visita e o convite para o chá! Aceitei e gostei deveras!! Por onde vc anda, pelo que li temos muito em comum, e ainda comparsas poetas em comum!! Manteremos contato, inté!!