17 de jun. de 2008

Morrem na embriaguez da vida, as cores.
O que dirá o céu?
Um grito pingará pelo ar.
O único som que ouvirei depois disso
Será o som do cheiro dos seus passos.
Tudo me parecia um sonho.
Um desses sonhos a que a alma se abandona
ao som das águas.
Um silêncio de eternidade.
Quem ousa tomar nos braços o amor
e conduzi-lo por cima do abismo?
Quem ousa jurar sobre a cruz de sua espada
que sem vacilar o fará?
O amor, sentado sobre a rocha,
devorou-me todos os outros sentimentos.
Como a lava candente devora tudo o que encontra,
quando o vulcão a vomita.
Qual será a cor de tudo
quando o amor chegar para buscar você?
O que dirá o céu?
Procuro deliberadamente as cores.
Mas é necessário adivinha-las,
é necessário evocá-las do fundo escuro da montanha.
Trazê-las a luz
Mas é preciso querer absolutamente.