23 de jul. de 2008

Rogo ao mundo que sossegue meu coração,
para que eu possa pousar na lápide fria dos mortos,
meus antigos amores, e não senti-los.
Atravesso a vida na minha almadia, carregando baús de memoria.
Todo esse tempo havia passado em contemplação.
Em vê-lo, ama-lo, em sonha-lo.
Aquela lágrima solitária,
A espera pelo seu amor,
Me feriam.
Se mesclavam ao magno concerto dos corações partidos.
Doía-me profundamente aquela dor.
Quisera eu ser dona dos teus devaneios, ser parte dos teus sonhos, ser tua musa.
Não, os que amam verdadeiramente não sentem a impaciência da separação.
Porém, não beijo o futuro para poder não sonhar contigo.
Sou totalmente tua e não me importa quem sejas.
Logo as lágrimas inundam meus olhos, e espero a cessação de todos os sonhos, todas as palpitações.
Chorava na embriagues da primavera, sob o fogo do sol de Adonis. Entre gritos despedaçadores, tudo se confundia. Em consequência disso, mil temores, mil visões.
A minha face, essas malditas lágrimas ainda queimam.
Quereria saber que me engano, que coisa mais cruel para o coração
Da liberdade santa, `a oferenda graciosa da seiva virginal, fiz no antro selvagem meu leito de amor.
Até os infernos dos meus amores cães, sedentos, que na lama deixavam meus lábios ainda queimados dos seus.
Quis tomar todo o gozo da existência. A saciedade é um tédio terrível
Na minha barca esperava eu sempre, mas não ouvi o canto das sereias.
O amor é fatal.
Matai-me então...