17 de fev. de 2009

Não, hj não to pra morte lenta nem cheiro de sangue
Amor num tom opaco
distorcido
amassado
A luz não foi suficiente
Olhos cerrados de sonho e medo
Me ponho em postas,
onde não consigo chegar
Usando amor contido, passo mal
Me passe a gilete, por favor?

16 de fev. de 2009

Amor em pele quente

Quando a verdade me transbordou
Me veio como se fosse despertar
Tudo monocromou
Alguém ai tem uma cor pra emprestar?

Esse vento ladrão
Roubou meu jardim
como viver sem pedaço de chão?
Ai ai, o que será de mim?

O amor teimou em escorrer
Dentro ficou por demais
Quero sereno querer
Vento nos terreiros, nos quintais.

A minha lagrima era de compromisso
meu coração desvalido
Cuspido pelo caminho omisso
Vomita a dor e o medo.

8 de fev. de 2009

Caminhante

A completude me foge hemorrágica
Trago em meus olhos não mais girassóis,
Papoulas com seus belos movimentos
Nos lilases de meus versos.
Eu andei nesta estrada

Rarefaço patchuli
andarilha dos sonhos,
Na fogueira espiral Beltane me vem
Em Valhalla
amaria-te de manhã
No ocaso choraria nos teus lençois
Envie-me teus beijos como chuva, enchendo-me de vermelho

Na canção que vaga pelo universo
Serei o agora
No vento há uma revolução
Dos girassóis nos olhos
À cega-faca no obstáculo cinzento.

7 de fev. de 2009

Idea fix

Não há muito para levar
Não há lugar para se esconder
Alforriada alma,
Efêmeros-eternos

Grandes silêncios permeiam
A saudade que minha boca sentia
Procrastinação da melhor qualidade
Para mais de uma vida

Nunca doeu tanto quanto as palavras não ditas
Mais uma vez, silêncio
Paradoxo temporal... alarga-se a crise
Afinal, ele tinha a música.

Vezenquando
Amor com limite máximo
O sol escorre pelo rosto
Fátua, colocarei o céu na sua boca

Assim venho aprendendo as não-despedidas
Um enrolar descontínuo de incertezas
Mas nós podemos amar no alto do paraíso
Eternamente

2 de fev. de 2009

Lua Nos Dentes

Para Corações Arrastados, Sem Eira Nem Beira
Quando Muito, Poupados
O Deposto Mistério Esgueira

Em Sarais Recitados
A Carne Costumeira
Um Sonho Levado, Um Outro Permeia

presente contínuo

Ao incauto espectador
um estado de agonia constante,
Diante da fresta, fome de lobo.
Morri madrugadas sem tempo.
A cada dose, uma promessa de cura
num incansável trocar de lentes,
que me acompanhava desde muito.
Poderiam bem ser dispensados
“com os mesmos olhos pedintes e o mesmo bramir no peito”
Minha verve
incoerências gritantes.